ENQUANTO EU DURMO
NO EMBALO DA NOITE
O VENTO COMO AÇOITE
SOPRA O BRASEIRO
NUM FOGO DE CHÃO.
AS ESTRELAS VINDO
EM MINHA DIREÇÃO
REPONTAM SAUDADES
NO MATE DA TRADIÇÃO.
DE TESTEMUNHO
A LUA ME ACOMPANHA
ENTÃO FAÇO POR BARGANHA
UM GESTO DE GRATIDÃO
ENCIUMADA, ELA VÊ O SOL CHEGANDO
ENTRE MATAS ORVALHADA
IMPONENTE PEDE POUSADA
NOS CONFINS DO MEU RINCÃO.
NAS QUATRO ESTAÇÃO DURANTE TEU SONO
NÃO TENHO TRANSTORNO
PORQUE COM CIÚME
MANDA OS VAGA-LUMES
DE SENTINELA AONDE ADORMEÇO
E ANTES QUE ME ESQUEÇO
NUM ULTIMO TRAGO
EU LEVO O PAGO DE ENDEREÇO.
E QUANDO O DIA AMANHECE
COM A LUA SE VAI
AS ESTRELAS BRILHANTES
POTROS CINTILANTES E FLOREÇENTES
E O SOL SE RESPLANDECE
SORRIDENTE AGRADECE
OS CUIDADO DO AMIGO
E A PROTEÇÃO DO ABRIGO
DO CORPO QUE ADORMECE.
LOGO QUE SE DESPEDE
NUM DOCE E SUAVE ACENO
O MATE E A CÜIA SEIO MORENO
PARECE QUE ME CHAMA
NUM CANTO NATIVO
E O PEITO SE INFLAMA
PINTANDO DE LUZ
MEU LEITO CHARRUA
SOL E LUA TAMBÉM SE AMAM.
COM O CORPO RETESADO
DOBRADO COMO QUEM FAZ ORAÇÃO
DE MÃOS POSTAS VOU MAIS ALÉM
E A CÜIA TAMBÉM
ME SEGUE DE MÃO EM MÃO
E O RONCO DO FINDAR
ME CHAMA ATENÇÃO
COMO O REVOAR DOS CLARÍNS
PRA MIM! É MUITO MAIS QUE TRADIÇÃO.
“Galeno Serrano”
